quinta-feira, 22 de outubro de 2009

JLH. Quando se fala em SS, esse é "o cara".

Quando se trata de áudio, prefiro a ciência ortodoxa à "qabalah" (transliterado do hebraico, grafia esta, preferida por Mr. Israel Regardie e cia).
John Linsley Hood, ou simplesmente JLH, é na minha opinião, o pai dos projetistas de estado sólido. Praticamente tudo o que vemos hoje em dia dentro dos Onkios, Pioneers, Mark-Levinsons, Rotels e por aí a fora, são os blocos básicos testados à exaustão por este cara. Ele viveu a época áurea das válvulas e, durante o aparecimento do transístor pelos idos dos 60s, ele arregaçou as mangas e pôs a mão na massa, convertendo, adptando e criando topologias derivadas dos dispositivos à vácuo para os recém-surgidos dispositivos de estado sólido.
Leitura obrigatória é o "The Art of Linear Electronics - Ed. Audio Amateur Press".
Rendida homenagem, vamos ao texto.

Sempre que me perguntam algo que beira o esoterismo em áudio, recorro à duas figuras e suas respectivas bibliografias: JHL e Bruce Rozenblit.
Há algum tempo me perguntaram qual material seria melhor usar nos terminais de conexão dos equipamentos. Senti que havia algo no ar...então me lembrei de um texto do JLH que passo a traduzir de forma livre:



"Conectores e chaves


Erosão de contatos e contaminação.


Os requerimentos básicos para estes dois tipos de componentes, são praticamente os mesmos, visto que ambos devem, primordialmente, estabelecer o contato elétrico entre dois circuitos com o mínimo de resistência no ponto de contato possível. Desafortunadamente, todas as superfícies metálicas expostas ao ar serão contaminadas com finas camadas depositadas de poeira ou oleosidade e irão oxidar ou ser corroídas pela ação da atmosfera rica em oxigênio e no pior dos casos, também rica em umidade e sal (para ambientes próximos ao mar). Existem outros gases adsorvidos no ar que também são muito agressivos, compostos de enxofre, cloro, NOx, etc.
Se as superfícies de contato são dispostas de modo a deslizarem sobre si, esta ação será suficiente para que ocorra a raspagem da camada de sujeira/óxido da superfície pela ação do componente em si, mas sob pena de que quanto maior a pressão dos contatos e melhor a limpeza menor será a vida útil da superfície que se desgastará por arraste mecânico. A melhor saída é diminuir a pressão de contatos e selar a atmosfera em volta do ponto de contato, quando possível.
Prata é o metal preferido para a maioria dos conectores tipo plugue-soquete e também para os contatos internos das chaves, pois no seu processo de corrosão/oxidação será formado um filme muito fino de óxido e sulfeto, ambos condutores, ainda que parcialmente. Somado à isto, no momento da passagem da corrente elétrica, estes subprodutos são difundidos no metal-base (níquel, cobre, etc), causando o efeito de dopagem, fazendo com que a prata penetre na estrutura do metal-base aumentando ainda mais sua condutividade.
Uma pequena "corrente de manutenção", também ajuda muito a manter os contatos limpos e com a resistência baixa, apesar da corrosão ser maior no terminal de menor potencial (mais elétrons disponíveis).
Os contatos laminados com prata sobre o metal-base com um banho de ouro, apesar da baixa resistência num primeiro momento, podem se tornar piores do que somente contatos de prata, visto que o ouro não deixará que se estabeleça o processo de dopagem do metal-base pela prata causando aumento de resistividade com o tempo.
Quando acontecem arcos voltaicos no momento do fechamento ou abertura dos circuitos, a prata tem melhor resistência mecância que o ouro, porém se o custo não for um impedimento, as ligas de paládio-níquel (.85Pd-.25Ni) são muitíssimo resistentes aos arcos, melhorando ainda mais quando se usa platina ($$$). Por outro lado a presença do oxigênio do ar, acaba por reduzir os efeitos destrutivos do arco mas produz, tanto nas ligas de paládio como nas ligas de platina, através de ação catalítica dos gases presentes no ar, prediminantemente os orgânicos, uma poeira marrom (brown powder) que além de muito adesiva é não-condutiva (isolante quase perfeito).
No presente momento (1993), o melhor tipo de contato para chaves/conectores que equilibram resistência mecânica e baixa reisistência ôhmica é a liga de Pd-Ni com uma camada de ouro que funciona como lubrificante e anti-oxidante, normalmente esta combinação produz resistências de contato da ordem de 2 a 3 miliOhm que se mantém nestes patamares após 25.000 ciclos de operação."












Em geral, materiais com alto ponto de fusão, são menos suceptíveis aos efeitos do desgaste mecânico e por arco voltaico. As ligas invariavelmente diminuem o ponto de fusão e a condutividade porém, sob certos aspectos, suas combinações podem trazer benefícios interessantes conforme a aplicação.
Desde que os componentes mecânicos dos equipamentos são as suas partes mais sujeitas à falhas, é sempre preferível usar as melhores ligas e materiais que o espaço físico e o orçamento permitirem. Este conselho é mais dirigido às chaves, pois geralmente o espaço físico dos contatos costumam ser bem pequenos".

The Art of Linear Electronics - Ed. Audio Amateur Press página 34, segunda edição.


Em segundo lugar está o níquel prateado, que custa um décimo da liga citada acima e não causa prejuízo algum, ao menos nas aplicações usadas por nós "pobres mortais" do mundo do áudio.

É isto aí.


www.amplificadores.com.br

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